sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Estiagem já provoca perdas irreversíveis em lavouras do sul do Brasil



A falta de chuvas está castigando as lavouras da região sul do país. Os estados que mais estão sofrendo com a seca são o Rio Grande do Sul, o Paraná e o Mato Grosso do Sul. Santa Catarina e Mato Grosso também sentem os efeitos negativos da estiagem.

O início do verão, no dia 22 de dezembro, deverá agravar ainda mais a situação, pois pode trazer temperaturas mais altas e clima ainda mais seco. A estação será influenciada pelo La Niña, que se caracteriza pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico. O fenômeno tem intensidade menor que no último verão, mas a diminuição da chuva será maior em relação a 2010 devido ao posicionamento das águas frias na região equatorial do Pacífico.

Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, o prejuízo do déficit hídrico já supera o valor de R$ 1 bilhão apenas na safra de milho. De acordo com o analista Farias Toigo, as condições climáticas adversas já estão inlfuenciando nos preços do grão. "Nos últimos dias, a saca subiu de R$ 24,00 para R$ 30,00 no interior", disse.

De acordo com dados divulgados pela Emater/RS nesta quinta-feira (22), o milho e o feijão são as culturas mais afetadas no estado. Entre 40% e 50% das lavouras terão atravessado as fases de floração e enchimento de grãos em condições críticas quanto à presença de umidade no solo, fator indispensável para se garantir uma boa produtividade.
As lavouras que se encontram em desenvolvimento vegetativo, cerca de 34% do total cultivado, também apresentam problemas na sua evolução, como murchamento das folhas basilares e crescimento deficiente, informou a Emater.

Em alguns municípios, as perdas já estão entre 60 e 80% da produção. Em municípios do noroeste do estado, a produtividade já está seriamente comprometida e deverá provocar um severo declínio na produção final.

A situação se agrava ainda mais em locais em mesmo que a chuva chegue, a situação da perda não poderá ser revertida. Em municípios como Liberato Suzano, as perdas irreversíveis já chegam a 60%.

No Rio Grande do Sul, a estiagem é mais forte em pontos do oeste e do sudoeste do estado. O déficit hídrico pode se agravar nessas regiões, e em outras também, por conta da chegada do verão. O regime de chuva no verão é diferente do inverno. As frentes frias passam pelo Estado com menor freqüência e mais pela costa.

Os recordes históricos de calor do Rio Grande do Sul de 1917 e 1943 se deram durante severas estiagens. Pelo menos duas ondas de calor podem ser de forte intensidade em janeiro. Na Metade Oeste do Estado, o verão deve ser mais quente com muitos dias de calor excessivo em que as máximas ficarão entre 35ºC e 40ºC.

Paraná
No Paraná, a situação da seca não é diferente ou menos grave do que no Rio Grande do Sul. Cerca de dois terços das lavouras de grãos do estado sofrem com chuvas irregulares e escassas. As precipitações já se mostram insuficientes nas regiões sudoeste, oeste, noroeste, centro-oeste, norte e norte pioneiro. Há propriedades em que não chove há mais de 30 dias.

Margorete Demarchi, agrônoma do Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Estado da Agricultura, avalia que 62% do milho e 44% da soja – em floração e frutificação – estão suscetíveis a perdas climáticas.

“Se não chover dentro de uma semana, teremos uma forte perda na colheita”, disse o agricultor Ademir Casarotto, de Maringá (Noroeste).

O última safra em que o Paraná enfrentou quebra na produção em função do La Niña foi a de 2005/06, quando o fenômeno foi considerado forte. As perdas foram de 4,13 milhões de toneladas de grãos (58% soja), conforme as estatísticas do Deral.

O fenômeno se repetiu na safra passada, com intensidade moderada, sem provocar perdas no verão, o que foi considerado uma exceção. Desta vez, a intensidade também é moderada e as previsões são de chuvas escassas e irregulares para o Sul do país para dezembro e janeiro.

No Paraná, uma das culturas mais afetadas é a soja, e o estado é o segundo maior produtor nacional da oleaginosa. "Toda a soja está em situação crítica em relação à estiagem. Temos 40% em fase de floração, 50% entrando em floração e apenas 10% na frutificação. Em muitas áreas, não chove há 30 dias. Temos verdadeiros bolsões de estiagem", disse o diretor do Deral, Otmar Hubner.

Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Seca prejudica as lavouras de verão no RS


Seca prejudica as lavouras de verão no RS
A seca que afeta a maior parte das regiões do Estado já está causando transtornos para os agricultores gaúchos. Enquanto no Nordeste no Estado as plantações de milho estão apresentando perdas irreversíveis, na Metade Sul e na Região Metropolitana a falta de chuvas aumenta os gastos dos produtores de arroz e prejudica a irrigação das lavouras.

Na Serra, o fornecimento de água à população urbana, assim como em algumas áreas rurais, já começa a ser afetado devido à pouca quantidade de chuva. Segundo dados da Fepagro de Veranópolis, o ano de 2011 teve o mês de novembro mais seco desde 1955, quando começou a coleta de dados no munícipio. No mês passado, foram registrados apenas 13 milímetros de chuvas no local, enquanto a média histórica para o período seriam 134 milímetros. A queda tem afetado as lavouras de milho, especialmente aquelas que foram plantadas antes do final de setembro, as quais estão em fase de floração e formação das espigas. O agricultor Marcelo Casagrande, que cultiva 25 hectares de milho em Guaporé, acredita que cerca de 50% de sua lavoura está perdida. "Mesmo que chove bem a partir de agora não tem mais como recuperar muitas partes da plantação", comenta.

A estiagem também tem atrasado a semeadura das áreas onde ainda está sendo realizado o plantio, que chegou a ser suspenso na maior parte das propriedades da Serra. Segundo Ênio Todeschini, agrônomo da Emater-RS, dos 150 mil hectares que deveriam ser semeados com milho na região, 20% ainda não foram semeados.

Todeschini lembra que os fruticultores da Serra também estão enfrentando dificuldades com a seca. A falta de umidade e o calor têm apressado a maturação e o crescimento das frutas, afetando especialmente a produção de pêssegos e de uvas. "No caso dos parreirais, o tempo mais seco é benéfico a partir de dezembro, para melhorar a qualidade dos cachos. Mas a falta de água em novembro reduz o volume das bagas e faz muitos grãos caírem, interferindo no rendimento."

Em relação ao arroz, nas regiões da Campanha, Fronteira-Oeste e zona Sul, tradicionais produtoras do cereral, diversas lavouras têm necessitado de "banhos" para acelerar a germinação nas áreas plantadas, uma vez que sem as chuvas esperadas para o período os grãos não brotam. "Essa prática acaba encarecendo os custos de produção", afirma Roberto Oliveira da Silveira, secretário de Agricultura de Santa Vitória do Palmar.

Já os produtores de arroz do entorno da Região Metropolitana, que se servem dos rios Gravataí e dos Sinos como fonte de irrigação para suas lavouras, estão sofrendo com o baixo nível das águas. Na semana passada, obedecendo a uma resolução do Conselho de Recursos Hídricos do Estado, os arrozeiros chegaram a suspender as atividades de bombeamento de água a fim de não prejudicar o abastecimento da população urbana. Nesta terça-feira, o município de São Leopoldo chegou a declarar estado de emergência, e fará racionamento das 7h às 15h. Atualmente, o nível do Rio dos Sinos está em 60 centímetros, o menor em dez anos.


Jornal do Comércio
Autor: Marcelo Beledeli

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Plantio define produtividade do milho safrinha » Notícia » Portal do Agronegócio


Em época de milho safrinha, é importante que alguns cuidados de manejo sejam postos em prática. Eles podem garantir a sanidade da plantação e a produtividade esperada. Uma das principais medidas que deve ter atenção do produtor é o plantio na época adequada. Ele deve ser feito o mais cedo possível dentro do período indicado, o que garante a produtividade de até 130 sacos por hectare. Segundo José Carlos Cruz, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, por ser um milho plantado fora da época normal, há grande possibilidade de produtores de milho safrinha encontrarem problemas de falta de água.

O produtor deve evitar os solos mais arenosos. Na realidade, o planejamento de plantio de milho safrinha começa quando o produtor está plantando, por exemplo, a soja no verão. Os produtores que pretendem plantar milho safrinha, devem adquirir cultivares de soja com ciclo de aproximadamente 110 dias e plantá-la no período adequado para conseguir um plantio de milho safrinha no mês de fevereiro — explica o pesquisador.

De acordo com ele, todas as medidas que servirem para aumentar a disponibilidade de água no solo devem ser feitas. A partir daí, o produtor deve ter cuidado com o tipo de solo e utilizar o plantio direto.

Quanto ao espaçamento, não há nenhuma modificação, o que traz ao produtor a vantagem da praticidade. O único ajuste a ser feito é na densidade do plantio. Normalmente, ela é 20% menor do que a utilizada na safra. Já com relação à adubação, como a perspectiva de produtividade é menor, a quantidade de adubo aplicado também é menor — conta.

Quando o assunto são as pragas, os cuidados são os mesmos. Cruz diz que no caso do milho, hoje, a semente transgênica é 60% mais usada que a semente convencional. Com isso, a lagarta, uma das principais pragas da cultura, deixou de ser um problema. No entanto, o produtor precisa fazer um monitoramento da lavoura porque existem ainda outras pragas secundárias de relativa seriedade.

Mesmo plantando sementes transgênicas, o agricultor precisa fazer o tratamento delas. Ele deve verificar qual praga é mais comum em sua região para realizar o tratamento adequado — orienta.

Ainda segundo o entrevistado, na safrinha, a maior preocupação é o plantio, que deve ser feito o mais cedo possível dentro da época recomendada. Ele conta que os produtores que plantam na época recomendada têm atingido uma produção de até 130 sacos de milho por hectare.

Percebe-se que o produtor está bem profissionalizado. No entanto, deve procurar assistência de profissionais especializados — conclui.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Milho e Sorgo através do número (31) 3027-1100.

domingo, 27 de novembro de 2011

Segunda safra de milho coloca país em situação privilegiada no cenário internacional » Notícia » Portal do Agronegócio


Odacir Klein, presidente-executivo da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel), destaca um "detalhe" inquestionável quando o debate são os investimentos maciços feitos nessa época de plantio. "A produção da safra de verão de milho deverá chegar a 37 milhões de toneladas. Já a da segunda safra chegará a 27 milhões. Temos um consumo interno de 50 milhões de toneladas de milho. Ora, sem a segunda safra, teríamos uma carência de 13 milhões de toneladas do cereal", pontua.

Klein ainda reforça que a segunda safra de milho é fundamental para o abastecimento do país e para que sejam criados excedentes exportáveis. Somente em Mato Grosso, principal estado produtor, a produção chegará a 9,4 milhões de toneladas, ultrapassando o Paraná, no patamar de nove milhões de toneladas. Mesmo antes de semeado, o milho segunda safra, que começará a ser plantado após a colheita da soja no estado de Mato Grosso, tem expressiva parcela já vendida. Entre os principais mercados consumidores, destaque para Arábia, Colômbia e Coreia do Sul.

Nesse cenário, entre as previsões apontadas por Odacir, estão o aumento da demanda por proteínas animais, o crescimento do volume de milho para etanol, aumentos expressivos da produtividade e três situações que deverão ocorrer no mercado internacional: a China aumentará as importações, a Argentina buscará agregar valor ao cereal, transformando o milho em combustível e em rações para aves, e os Estados Unidos passarão por um cenário competitivo entre o milho destinado para etanol e a quantidade do cereal que deverá ser destinada às exportações.

LIDERANÇA NA PRODUÇÃO - Parte dessa conjuntura será comum ao Brasil, na visão do produtor rural e prefeito do município de Lucas do Rio Verde-MT Marino José Franz. "O Mato Grosso deverá agregar valor ao produto. Temos um potencial muito grande, mas temos também que diversificar nossa produção, viabilizando o segmento de carnes. Essa será a principal maneira de viabilizarmos nosso principal negócio, a agricultura", disse. E em uma situação semelhante aos Estados Unidos, maiores produtores de etanol a partir do milho, Marino destaca que a falta de logística de Mato Grosso levará o Estado a investir nessa possibilidade. "Reproduzo aqui uma afirmação do ex-governador, Blairo Maggi: iremos produzir etanol a partir do milho", destacou.

O prefeito apresentou em painel sobre o escoamento da produção do milho segunda safra dados que colocarão o estado de Mato Grosso na liderança da produção agrícola. "Mato Grosso é a única região viável para o plantio da segunda safra em escala no mundo", afirmou. A projeção de Marino Franz é que a produção de milho ultrapasse as 16 milhões de toneladas em 2014, com mais 10 milhões de hectares de área sendo incorporados à agricultura provenientes de pastagens. "Não haverá estrada para suportar essa produção. É sete vezes mais em conta transportar frango do que milho. Por isso, o setor de carnes viabilizará nosso principal negócio", antecipou.

Diante desse contexto, o prefeito reforçou o crescimento do município proporcionado pela agricultura. De R$ 106 mil em 1996, o PIB subiu para R$ 1,3 milhão em 2011. "O próprio Brasil não conhece o potencial do nosso estado. Ou temos opções concretas para melhorias na logística de transporte, com a viabilização de ferrovias para nos ligar ao Pacífico, ou teremos realmente que investir em consumo", frisou. Hoje, o custo do frete de grãos até o porto mais próximo representa mais de 45% do valor obtido pela venda de uma tonelada de grãos. Já em Ponta Grossa, esse valor representa apenas 8%.

Dourados-MS sediará próxima edição

Em assembleia realizada no final da tarde desta terça-feira, 22, foi definida a próxima cidade que sediará o Seminário Nacional de Milho Safrinha: Dourados-MS. O evento será uma promoção da ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo) e terá a realização da Embrapa Agropecuária Oeste, sediada no mesmo município. O pesquisador Gessi Ceccon será um dos responsáveis pela realização da próxima edição do seminário.

O XI Seminário Nacional de Milho Safrinha, promovido pela Fundação Rio Verde e ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo), é uma realização da Fundação Rio Verde, com patrocínio da Aprosoja, Cearpa, Sicredi, Nitral Urbana, Bayer, Basf, Syngenta, Pioneer, FMC, Dekalb e Bio Gene. Apoiam o evento o Sindicato Rural e a Prefeitura Municipal de Lucas do Rio Verde.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Você Sabia ?


a. O uso da biotecnologia é bem mais antigo do que muitos imaginam. Esse método era utilizado no preparo de pães, bolos cervejas e vinhos, quando não existia o fermento industrializado. Para a massa do pão crescer, esta ficava exposta à ação de leveduras (fungos presentes no ar), que, ao consumirem o açúcar do amido, liberavam gás carbônico.

Hoje, a biotecnologia está inserida no dia a dia por meio de diversas técnicas como, teste de paternidade; as técnicas de clonagem e de DNA recombinante, que possibilitou a criação dos transgênicos; a geração de linhagens de células-tronco embrionárias, capazes de se transformar em qualquer um dos 216 tecidos do corpo humano; a terapia gênica que ativa ou substitui genes associados à doenças; aplicação em processos industriais para a descoloração de calça jeans e fabricação de sabão em pó e tira-manchas.

b. A primeira droga feita com a técnica de DNA recombinante é a insulina humana sintética que chegou ao mercado em 1982. A bactéria Escherichia coli recebeu o gene relacionado à produção desse hormônio e passou a produzi-lo, possibilitando a venda em larga escala. Antes da chegada da insulina transgênica, a maioria dos diabéticos utilizava insulina retirada do pâncreas de porcos. Outros exemplos de medicamentos provenientes de organismos transgênicos são as enzimas que dissolvem coágulos, utilizadas logo após um infarto, e o hormônio de crescimento humano.

c. A quantidade de cromossomos necessária para guardar as seqüências de DNA é o que determina a espécie.

a. homem – 23 pares de cromossomos
b. cachorro – 39 pares de cromossomos
c. cavalo – 32 pares de cromossomos
d. sapos – 11 pares de cromossomos
e. arroz – 12 pares de cromossomos
f. trigo – 21 pares de cromossomos
g. jacaré – 16 pares de cromossomos

» Postado em: Biotecnologia, Enciclopédia Monsanto