sábado, 23 de julho de 2011

Com milho em alta, pecuária se rende ao sorgo


Com milho em alta, pecuária se rende ao sorgo
22/07
20% da produção nacional é destinada à ração de bovinos
A valorização do grão de milho, com a saca cotada a R$ 25,00 em média, tem estimulado muitos pecuaristas a buscarem no sorgo a opção mais viável, do ponto de vista nutricional e econômico, para engordar a boiada. Dados da Embrapa Milho e Sorgo mostram que a área plantada de sorgo passou de 200 mil hectares na decada de 1990 para quase 2 milhões de hectares atualmente, crescimento de 1000%.
O décimo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para um crescimento de 13,9% na área plantada na safra 2010/2011, que deve atingir 795 mil hectares.
Para José Avelino Rodrigues, pesquisador da Embrapa Sorgo e Milho, as vantagens apresentadas pelo sorgo na composição da ração tem atraido cada vez mais o pecuarista. Aquela desconfiança sobre a eficiência energética do grão tem sido deixada de lado.
“ Com a difusão da informação, os produtores já sabem que o grão de sorgo não é tão inferior ao grão de milho. Além disso, o produtor está sabendo fazer as contas”, diz o pesquisador. A produção de sorgo granifero, adequado para a utilização em concentrados, é a que mais cresce. “São cerca de 1,2 milhão de hectares de área plantada no País” afirma Rodrigues.
Segundo o pesquisador, o grão do sorgo equivale a 95% da capacidade calórica do milho. "O custo da produção é, históricamente, de 10% a 20% abaixo do preço do milho”, diz.
Em Minas Gerais, a demanda por sorgo para a produção de ração animal tem estimulado o aumento do plantio. A expectativa para a safra 2010/2011 no Estado é de um aumento de 16,8%, chegando a 356 mil toneladas.
Em Pato de Minas, município que fica entre as regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, o pecuarista Hermes de Deus Mendonça, afirma que usa o sorgo na ração do gado há 3 anos. “O sorgo tem um valor calórico muito próximo ao do milho, vale a pena substituir ”,afirma o pecuarista, que tem 300 animais em regime de confinamento.
“Muitos produtores da região também utilizam o sorgo ” continua. Pato de Minas não é um pólo produtor do grão. Os pecuaristas pagam em média R$ 17,00 pela saca de 60 quilos vinda da região do Triângulo Mineiro e de Unaí, no noroeste de Minas Gerais.
Em Aurora do Tocantins, municipio na região sudeste do Tocantins, o pecuarista Luiz Fernando, criador de Nelore, dono de um plantel de 1800 animais, também encontra no sorgo a opção mais viável para alimentar o gado. “ Aqui optamos pelo consórcio entre o sorgo e o braquiarão”, diz o pecuarista, que também é técnico da Associação Brasileira de Criadores de Zebuinos (ABCZ).
Aproximadamente 400 hectatres da fazenda foram reformados para o plantio do consórcio. “Planto o sorgo com o braquiarão, o sorgo eu uso para a silagem, o braquiarão fica para o pasto do gado” diz. A opção pelo plantio do grão na região é uma tendência, já que, além de ser mais resistente à seca, os riscos de prejuizo com o plantio do sorgo também são menores em casos de veranicos, muito comuns na região.

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